1. O MUNICÍPIO

A história de Canarana se remete a meados do século XIX, quando a região, propriedade do Conde da Ponte, era habitada por índios Pataxó. Com o avanço da ocupação do interior do estado, a propriedade do referido conde foi adquirida pelo senhor José Miranda, que formou a Fazenda Canabrava, topônimo indígena que significa cana falsa, localizada na margem direita do Rio Jacaré. Essa fazenda tornou-se um ponto de apoio para tropeiros e boiadeiros por se localizar numa rota de comércio entre o médio São Francisco e a região das matas.

Ao longo dos anos, as pessoas se estabeleceram na região nesse ponto de apoio e começaram a cultivar feijão, milho e mandioca e a dedicar-se à criação de bovinos, caprinos, suínos e aves.

Por volta do ano de 1890, a Fazenda Canabrava recebeu status de distrito do município de Morro do Chapéu, sob o nome de Canabrava do Miranda. Em 30 de novembro de 1938, com o Decreto Estadual nº 11.089, o distrito recebeu o nome de Miranda e, finalmente, o Decreto nº 12.978, de 1º de junho de 1944, alterou o topônimo para Canarana. Canarana é também o nome de várias gramíneas que crescem às margens dos rios.

Para chegar à condição de município, houve o empenho e dedicação de moradores como Antenor Dourado Lima, Jonas Marques Pereira, José Martins Filho, Vital Guanaes da Silva Dourado, Guilherme Pereira de Novaes e outros – que pagaram o valor de 20 mil cruzeiros para a realização de um plebiscito popular. O resultado foi 1.679 votos a favor, 1.616 votos contra, 41 nulos e 16 em branco. Assim, Canarana nasceu formado pelos distritos de Canarana, Lagoa do Boi e Barro Alto, mediante a Lei Estadual nº 1.715, de 16 de julho de 1962.